quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Fuga - roteiro de Alexandre Lobão

Fuga
Roteiro de Alexandre Lobão, desenhos de E. C. Nickel

Personagens:
Protagonista (Júlio): Jovem forte, sem excesso, normalmente orgulhoso e convencido, porém na história está permanentemente apavorado, olhos arregalados e mãos crispadas.
Vampiros: Ficam sempre no escuro, podendo ser apresentados como sombras individuais ou uma massa de membros, dentes e olhos brilhantes.

A idéia básica da HQ é a seguinte: Um jovem realizou uma aposta com alguns amigos e entrou em uma catacumba em um cemitério, atrás de um crânio. Descobriu um monte de vampiros, que o perseguiram, o alcançaram e sugaram seu sangue, transformando-o em um vampiro. A história começa, mesmo, quando o jovem acorda, no dia seguinte, tendo se transformado em um vampiro, mas sem consciência disto. Assustado por acordar dentro de um caixão e cercado por vampiros, ele mal se lembra da noite anterior, e foge desesperado da catacumba. Os vampiros correm atrás dele, tentando evitar que ele chegue à luz do dia (que o matará, pois agora é um vampiro), porém ele consegue fugir e, só no último momento, ele lembra que foi capturado no dia anterior, e toma consciência de que agora é um vampiro. Tarde demais, pois já chegou à luz, e morre.
A história se passa quase que inteiramente dentro de uma catacumba, em um cemitério, devendo ser, portanto, bastante escura. A narração é realizada através dos pensamentos do personagem principal.

Página 1
O personagem principal está acordando, dentro de um caixão, sem saber onde está nem lembrando de como chegou ali. A sensação de claustrofobia é grande, e deverá ser passada ao leitor pelos textos e imagens (ou falta delas) nos primeiros quadros.
Quadro 1: Todo preto.
Júlio: A consciência vem devagar, acompanhada de um gosto ruim na boca

Quadro 2: Todo preto.
Júlio: Abro os olhos, mas continua escuro. O medo sobe frio pela minha espinha quando percebo que estou preso em algum lugar apertado.

Quadro 3: A partir do ponto de vista de Júlio, vemos o caixão sendo aberto. Boa parte do quadro é escura, enquanto a faixa de luz que entra pelo canto ilumina a mão que empurra a tampa para cima.
Júlio: O ar viciado me sufoca, porém é o pavor que trava minha garganta quando as lembranças começam a voltar, e começo a lembrar onde estou...

Quadro 4: Quadro grande, tomando o resto da página. De um ponto de vista elevado, vemos diversos caixões, de um dos quais está saindo o personagem principal. Júlio está sentado no caixão, apavorado, cabelos bagunçados, roupas sujas e um pouco rasgadas. Outros caixões estão começando a abrir, deixando entrever mãos com unhas compridas, olhos brilhando no escuro e talvez o reflexo de um ou outro sorriso vampiresco.
Júlio: Eu estou ferrado!
Texto: “Fuga”

Página 2
O tom da página é de fuga, velocidade, medo. Júlio corre pela catacumba, enquanto sombras o perseguem. Ao mesmo tempo, ele se lembra da mesma fuga que ele realizou, em circunstâncias semelhantes, no dia anterior. As cenas em flash back devem aparecer em preto-e-branco, com cores esmaecidas ou desenhos diferenciados, para deixar claro ao leitor que são lembranças do passado.

Quadro 1: Júlio pula do caixão e corre apavorado na direção da porta de saída da sala onde se encontra. Os demais caixões começam a se abrir e sombras com grandes dentes começam a sair de seu interior.
Júlio: Eu sabia que esta história não ia dar certo! Quem mandou bancar o macho?

Quadro 2: (Flash back) Júlio, assustado, está de pé à porta, entrando na sala e iluminando os caixões com uma grande lanterna. Os caixões estão se abrindo, alguns já estão abertos e sombras o espreitam a partir da escuridão.
Júlio: Era só entrar aqui e roubar um crânio velho qualquer! Grana fácil!

Quadro 3: Júlio alcança a porta, disparando com os braços esticados à frente e medo no rosto. No chão do corredor está a lanterna que ele segurava no dia anterior. Sugestão: Colocar o ponto de vista próximo ao chão, a partir do corredor em direção à sala (de onde vem Júlio), mostrando em primeiro plano a lanterna, com o vidro quebrado.
Júlio: Como eu poderia imaginar?

Quadro 4: (Flash back) Júlio, assustado, deixa cair a lanterna, enquanto à sua frente as sombras começam a avançar.
Júlio: Quem poderia acreditar?

Quadro 5: Júlio correndo apavorado pelo corredor. As sombras o perseguem, entrando no corredor a partir da sala onde estavam, correndo pelo chão, paredes e teto. Elas correm mais como felinos (em vez de eretas), para aumentar o tom de ameaça e a impressão de velocidade. Pouco se vê das sombras, exceto os dentes e olhos brilhantes.
Júlio: Mas como fui parar naquele caixão??

Quadro 6: (Flash back) Semelhante ao quadro anterior, porém Júlio está mais limpo e seu cabelo e roupas menos bagunçados.
Júlio: Lembro das pernas pesadas como chumbo, enquanto eu tentava fugir. Cada passo, um sofrimento congelando o sangue nas veias!

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