Editor-chefe da Marvel explica por que prefere compatriotas. Escritores então dão sua opinião
01/05/2009 Érico Assis
O mercado de quadrinhos dos EUA é hoje movido, em grande parte, por desenhistas nascidos e trabalhando fora do país. Desde os anos 90, o Brasil é um dos maiores exportadores de desenhistas, que trabalham nas pequenas, médias e grandes editoras estadunidenses. Nomes como Mike Deodato, Ed Benes, Ivan Reis, Gabriel Bá, Fábio Moon e vários outros fazem sucesso atualmente lá fora.
E quanto aos roteiristas de quadrinhos estrangeiros? Fora britânicos ou canadenses, aparentemente a entrada de novos escritores no mercado de HQ dos EUA é bastante reduzida. E, segundo uma declaração do editor-chefe da Marvel, Joe Quesada, talvez não seja por falta de tentativa.
Em sua coluna no MySpace, ele diz: "Vemos, quase sempre, que não importa o quanto um escritor seja bom nos quadrinhos em outro país, não existe correspondência aqui. Eles podem chegar do ponto A ao B em uma história tranqüilamente, mas há uma certa cadência, e certos coloquialismos e estruturas de fala, que se perdem. A estrutura da história pode ser diferente também. O que é considerada uma estrutura clássica nos EUA pode não ser visto assim no Japão, ou em qualquer outro lugar. É muito, muito difícil para escritores ir de uma cultura a outra. E, claro, é uma estrada de duas mãos. Penso que vários bons escritores estadunidenses teriam um problemão escrevendo para o mercado estrangeiro. Tenho certeza que eu não conseguiria".
Quesada revela que a única exceção que conhece é o escritor Akira Yoshida, japonês que trabalhou na Marvel com séries como Thor: Filho de Asgard e Elektra: O Tentáculo. O Omelete foi então atrás da opinião de alguns escritores e artistas brasileiros, para saber o que eles pensam da visão de Quesada - que afinal é o representante da maior editora de quadrinhos dos EUA.
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Um comentário:
que coisa besta por parte do quesada. a gente engole um monte de quadrinhos americanos e entende numa boa. a gente conhece os estados unidos, os nomes dos lugares, os personagens, um monte de coisas. e mesmo não sabendo, a gente sempre aprende ou compreende.a gente lê mangás, e vamos conhecendo aos poucos a cultura nipônica. a gente lê quadrinhos europeus e fica por dentro. somos uma cultura muito receptiva, até porque nossa cultura é uma bagunsa multi cultural universal. que culpa temos se os EUA nos dominam culturalmente? o resultado disso é que a cultura americana é compreendida em quaquer lugar, mas eles não estão nem aí pra nossa.
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