terça-feira, 3 de novembro de 2009

Stan Lee é o melhor da era de prata


Fechou a enquete sobre o melhor roteirista da era de prata. Stan Lee ganhou de lavada, com 83% dos votos. Robert Kanigher (Sg. Rock) e Jerry Siegel (Super-homem) só tiveram um voto cada. Era de se esperar, já que dos três, Stan Lee é de longe o mais famoso. Também é, sem dúvida, o roteirista que teve maior impacto sobre a indústria dos comics.
Um ponto que tem levado a muitos debates é se Stan Lee realmente pode ser considerado autor das histórias que assina. Jack Kirby dizia que era o verdadeiro autor.
Essa polêmica é provocada pelo método de trabalho de Lee: ele passava ao desenhista uma pequena sinopse da história, este a desenvolvia no desenho e entregava a Stan Lee para que colocasse o texto e os diálogos. Esse método é chamado de Marvel Way. Sobre o assunto, reproduzo aqui uma parte de um texto que escrevi na época em que fazia a especialização em artes visuais no SENAC. Surgiu uma discussão sobre se o roteirista poderia ser considerado autor e respondi assim:

"Nos quadrinhos, um roteirista, embora não saiba desenhar e, portanto, não seja capaz de produzir a obra no seu sentido estrito, artesanal, exerce a função do diretor no cinema. É ele que manipula os significados dos desenhos que serão produzidos pelo desenhista. Alan Moore, considerado o maior gênio dos comics, tem controle total sobre sua obra. Seus roteiros, extremamente detalhados, chegam a gastar mais de uma página para descrever um único quadro. Mesmo Stan Lee, cujos roteiros eram mínimos, muitas vezes um único parágrafo, manipulava o significado dos desenhos ao colocar neles textos e diálogos. Quando trabalhava com Jack Kirby, por exemplo, ele deslocava os conflitos cósmicos e as sagas grandiosas para o interior dos personagens. Asssim, o Surfista Prateado deixava de ser um ser apenas um extraterrestre poderoso para se tornar um angustiado messias das estrelas, disposto a sacrificar até mesmo sua liberdade em prol de uma humanidade que o rejeita".
Ou seja: Stan Lee é, no mínimo, co-autor das histórias que fez em parceria com os grandes desenhistas da Marvel. Na minha opinião, o principal autor.

2 comentários:

Paulo Aragão disse...

Olá, Gian!!
Lembra de mim? Editor do finado fanzine Anjos Rebeldes.
De vez em qdo vou passar por aqui e pelo seu outro blog, pode esperar mais comentários meus (talvez até em posts mais antigos, hehe).
Abraço!

Anônimo disse...

O Stan Lee de bobo não tem nada. Esse tipo de roteiro da Marvel, é uma moleza pro roteirista, o cara faz uma sinopse, o desenhista formata a história e o roteirista volta e faz os diálogos. Eu prefiro mais o jeito de fazer roteiro do Alan Moore. Mas no fundo dá pra entender o Stan Lee e o estilo de roteiro deles, é que a produção era grande e tinha que ser rápida. Se não me engano o Maurício de Souza também usa um estilo próprio de roteiro, onde o roteiro é feito através de esboços, como um rascunho de história em quadrinhos. Na minha opinião o maior roteirista de quadrinhos no Brasil foi o Júlio Bráz, mas ele enveredou pelos livros infanto-juvenis, que remuneram melhor do que quadrinhos.Já tive o prazer de ler alguns originais dos roteiros do Júlio, ele descreve muito bem e os diálogos são bem feitos.

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