Faleceu hoje Álvaro de Moya.
Moya foi um dos primeiros pesquisadores de quadrinhos do Brasil. Era também quadrinista e foi um dos idealizadores da primeira exposição internacional de quadrinho do mundo, realizada em São Paulo, em 1951.
Eu conheci Moya no final da década de 1980, quando descobri o livro Shazan na biblioteca da UFPA. O livro, organizado com ele e com artigos de diversos autores (eles eles Jô Soares), foi durante muitos anos uma das principais, senão a principal referência sobre quadrinhos no Brasil. Eu lia e relia, em especial os capítulos escritos pelo próprio Moya. Sua análise sobre as HQs Spirit, de Will Eisner, faziam com que qualquer um se apaixonasse pela obra de Eisner.
Moya não escrevia academicamente. Seu texto era fluído, irresistível e certamente foi através dele que muitos se apaixonaram não só pelos quadrinhos, mas também pelo estudo dos quadrinhos.
Eu o conheci em meados da década de 1990, em uma palestra na Gibiteca de Curitiba na qual tive o prazer e honra de conversar com ele e comprar um exemplar autografado de Shazam!, um dos itens mais queridos da minha biblioteca.
Ah, além disso ele foi autor de vários outros livros sobre quadrinhos e foi um dos pioneiros da TV brasileira.
Hoje os quadrinhos são valorizados como arte e há os mais diversos estudos sobre eles, nos mais diversos pontos do país. Boa parte dessa valorização se deve ao trabalho pioneiro desse grande mestre.
Descanse em paz, Álvaro de Moya.
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
terça-feira, 8 de agosto de 2017
Vereadores do Escola sem partido denunciam projeto com quadrinhos em sala de aula
Vereadores de Curitiba, ligados às igrejas evangélicas e capitaneados pelo vereador Thiago Ferro se revoltaram e acionaram o projeto Escola sem partido contra uma escola da cidade que fazia um movimento a favor da aceitação de crianças com deficiência. O projeto tinha imagens autorizadas por Maurício de Sousa. Entre outras atividades, as crianças cantariam a seguinte letra:
Negro, branco, pardo ou amarelo
Alto, baixo, gordo ou magricelo
Moreno, loiro, careca ou cabeludo
Deficiente, cego, surdo ou mudo (…)
A gente é o que é
A gente é demais
A lista é imensa
Viva a diferença!
Os vereadores denunciaram o caso à secretaria de educação de Curitiba.
Para além do discurso contra a diversidade e aceitação das diferenças, o caso eco o preconceito contra os quadrinhos. O vereador Thiago Ferro teria tido tal reação se o projeto não envolvesse quadrinhos?
Estaríamos diante de uma nova cruzada contra os quadrinhos como a que se viu nas décadas de 1950 e 1960 - época em que a leitura de quadrinhos era caso de polícia?
Negro, branco, pardo ou amarelo
Alto, baixo, gordo ou magricelo
Moreno, loiro, careca ou cabeludo
Deficiente, cego, surdo ou mudo (…)
A gente é o que é
A gente é demais
A lista é imensa
Viva a diferença!
Os vereadores denunciaram o caso à secretaria de educação de Curitiba.
Para além do discurso contra a diversidade e aceitação das diferenças, o caso eco o preconceito contra os quadrinhos. O vereador Thiago Ferro teria tido tal reação se o projeto não envolvesse quadrinhos?
Estaríamos diante de uma nova cruzada contra os quadrinhos como a que se viu nas décadas de 1950 e 1960 - época em que a leitura de quadrinhos era caso de polícia?
Matéria do Diário do Paraná de 30 de junho de 1960. Estaríamos vivendo uma nova cruzada contra os quadrinhos? |
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