quinta-feira, 3 de outubro de 2024
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quinta-feira, 7 de setembro de 2023
sábado, 22 de abril de 2023
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
quarta-feira, 30 de novembro de 2022
segunda-feira, 28 de novembro de 2022
terça-feira, 17 de maio de 2022
Livro Jornalismo em Quadrinhos
Valor: 25 reais (frete incluso)
Pedidos: profivancarlo@gmail.com
quinta-feira, 12 de maio de 2022
Congresso discutirá quadrinhos e cultura pop
Acontece, de 24 a 25 de junho, na Universidade Federal do Amapá, o IV Aspas Norte. O evento, que tem como tema “Cultura pop e quadrinhos”, será híbrido, com atividades presenciais e online.
O Aspas Norte surgiu em 2018 com o objetivo de estimular a
pesquisa sobre quadrinhos e cultura pop na região Amazônica. Ele nasceu da
percepção de que muitas pessoas faziam pesquisas na área, mas não tinham
condições de se apresentar nos congressos nacionais focados nesses temas –
como, por exemplo, os que são anualmente realizados pela ASPAS (Associação de
pesquisadores em arte sequencial).
Realizado na cidade de Macapá em 2018 e 2019, o evento
contou com apresentações de trabalhos, palestras e oficinas. Os artigos
produzidos pelos apresentadores foram reunidos em dois livros, um sobre
Linguagem dos quadrinhos e outro sobre Cultura Pop. Em 2020, em decorrência da
pandemia, o evento aconteceu de forma totalmente remota.
Para apresentar trabalhos no IV Aspas Norte é necessário
produzir apenas um resumo e se inscrever no link https://www.even3.com.br/aspasnorte2022 até o dia 5 de junho. Os trabalhos
podem ser sobre quadrinhos ou cultura pop em geral. O edital com todas as
informações sobre as apresentações de trabalhos encontra-se no blog do evento: https://aspasnorte.wordpress.com.
Para o público geral as inscrições vão até o dia 20 de
junho. O valor, tanto para quem vai apresentar trabalho quanto para ouvintes, é
de 10 reais.
Além das apresentações de trabalhos, o Aspas Norte contará
com palestras com especialistas na área e oficinas. Também haverá feira geek e
lançamento de livros.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
Livro O roteiro nas histórias em quadrinhos - pré-venda
Pré venda da segunda edição revisada do meu livro O roteiro nas histórias em quadrinhos. 16 reais já com frete impresso sem registro. Preço válido apenas para o mês de fevereiro (a partir de março o valor será de 25 reais). Pedidos: profivancarlo@gmail.co
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
O Texto como caracterização dos personagens
Os diálogos ajudam a caracterizar os personagens. |
Antes de escrever seja um texto sobre ou uma
fala de um personagem, é importante entender quem é ele. O diálogo do
personagem é reflexo de sua personalidade, de sua história de vida, do ambiente
em que foi criado. Dois exemplos extremos: o Hulk e o Thor têm falas
completamente diferentes. A maneira como cada um se expressa nos diz muito
sobre eles.
Antes de escrever para o personagem, é
importante pensar quem é ele, quais são suas motivações, qual a sua história de
vida,
quantos anos ele tem, qual a sua profissão, se ele tem algum medo, se tem
uma história de vida que poderia ser
lembrada nesse momento, se ele tem família, o que ele está sentindo ou pensando.
Quanto mais detalhes tiver sobre o
personagem, melhor conseguirá caracterizá-lo através da fala ou do texto. Mesmo
para personagens secundários o ideal é ter uma noção de sua personalidade e sua
história de vida. Algo inclusive que se pode fazer é colocar ganchos sobre esse
histórico nos diálogos.
A série Exploradores do Desconhecido, com
roteiro meu e arte de Jean Okada mostra exploradores espaciais, cada um com um
poder ou habilidade especial, que acabam indo parar em outra realidade através
de um salto quântico. Os personagens não são apresentados como detentores
dessas habilidades. Elas são indicadas aos leitores através de pequenos ganchos
nos diálogos, pequenos detalhes que irão contribuir para que o leitor,
posteriormente aceite os poderes. Ou seja: os diálogos também pode ser
elementos importantes no pacto de verossimilhança que se estabelece com o
leitor.
Exploradores do
Desconhecido: Os diálogos dão pistas sobre as características dos personagens.
Sobre o diálogo como característica da
personalidade do personagem, observe esse diálogo do Rei na série a queda de Matt
Murdock:
Faça o iate voltar a nova York.
Localize todos que tocaram neste envelope... Ou que falaram com quem tocou... e
aguarde a ordem para matar.
O texto é todo no imperativo, representando
alguém que está acostumado a dar ordens e que não admite contestação. A fala
também revela alguém objetivo, prático.
Os diálogos demonstram a nobreza do Surfista Prateado.
Em contraste, observe esse diálogo do
Surfista Prateado, na graphic novel Parábola, com roteiro de Stan Lee e arte de
Moebius:
Se desistirmos da luta só porque
as chances de vitória são pequenas, onde fica o nosso valor? Que nossa
motivação seja sempre o que nos leva em frente, e não as chances de sucesso.
Essa fala nos revela um personagem
filosófico, poético, mais preocupado com ideais do que com a praticidade da
vida.
Veja agora a fala do Monstro do Pântano na
fase escrita por Alan Moore:
Não, Arcane. Esta é a nossa
primeira batalha... você e eu... nunca nos encontramos... e também nossa
última. Você reclama... o planeta para si... Arcane. Mas sem ter... um décimo
do poder da terra.
A primeira coisa que chama atenção são as
reticências. Elas dão a ideia de alguém que fala de maneira arrastada, como de fato falaria uma planta tentando se
comunicar como humano. Apesar disso, o diálogo demonstra grande auto-confiança.
Vale lembrar que nessa fase do personagem ele está descobrindo poderes que não
sabia ter, como a capacidade de regenerar o próprio corpo e esse empoderamento
do personagem se reflete em sua fala.
Monstro do Pântano: uma planta tentando falar como um humano.
Aliás, uma forma ideal de escrever diálogos
de um personagem é se imaginar sendo ele. Alan Moore conta que andava pela casa
como um corcunda quando estava escrevendo as falas de Etrigan no Monstro do
Pântano. O resultado foi isso:
A graciosa dama e seu monstro
coberto de raízes chegaram para salvar os inocentes de tal crime e do medonho
banquete macacal poupar os petizes. Que alma nobre a deles! Que arrojo sublime!
E mirem as crianças, com tanto alarido, acordam seus guardiões, raça tão
dedicada! Embora ele traia a esposa, e ela o marido, ambos só querem tirar a criança
da enrascada.
O diálogo é escrito de forma a mostrar que se
trata de alguém diverso dos seres humanos comuns (Etrigan faz parte do grupo de
demônio rimadores) e extremamente cínico.
Os vilões, aliás, funcionam melhor quando são
bem caracterizados. Ao criar o principal vilão do Capitão Gralha, o Doutor
Destruição, imaginei-o como alguém muito letrado, mas enlouquecido. Mas o
Doutor não o tipo vilão maluco, desvairado. Ao contrário, é alguém que a todo
momento procura mostrar seu refinamento (ele é filho de uma família
aristocrática). Devido a um trauma de infância, ele é fascinado pela letra D.
Tudo isso se reflete nas falas do personagem:
Débil demagogo, seus desejos defenestraram! Destruirei Curitiba e depois o mundo. E você
descansará desolado a dez palmos sem poder desbaratar meus planos
descontrolados!
A bíblia do roteiro de quadrinhos
Há algum tempo, os roteiristas Alexandre Lobão e Leonardo Santana me convidaram para escrever a seis mãos um livro sobre roteiro para quadrinhos.
Na época eu não poderia imaginar a proporção que isso iria ganhar. O projeto foi aumentando, aumentando, até se transformar no que é, provavelmente, o mais completo livro sobre roteiro já publicado no Brasil.A obra tem praticamente tudo que um roteirista precisaria saber para escrever boas histórias para qualquer mídia.
Alguns assuntos foram tratados no Brasil apenas nesse livro. Já outros assuntos é a primeira vez que são tratados num livro de roteiro provavelmente no mundo, como a verossimilhança hiper-real.
É uma obra de peso (340 páginas!), tanto que decidimos chamar de A bíblia do roteirio de quadrinhos. Essa obra teve seu lançamento oficial em Curitiba sexta-feira passada e já está vendida no site da editora.
sábado, 20 de novembro de 2021
segunda-feira, 9 de agosto de 2021
Confira o processo de produção da primeira história do Cabano
Cabano é um personagem surgido no meu livro Cabanagem. Este ano, o herói ganhou sua versão em quadrinhos desenhado pelo grande Juliano Kaapora e publicado na revista Mestres do Terror (pedidos podem ser feitos pelo e-mail revistacalafrio@gmail.com). Na primeira história ele enfrenta a Cobra Grande. Em histórias futuras ele encontrará com diversos outros seres da floresta, entre eles o Curupira, a Matinta, o Mapinguari, entre outros.
Confira abaixo como foi o processo de produção de uma página da HQ.
O roteiro
O roteiro descreve as cenas para o desenhista e apresenta os diálogos e textos. É o primeiro passo da produção de uma história em quadrinhos. Aqui pegamos o roteiro da página 4.
Página 4
Q1 – O cabano fugindo, mas vemos ao fundo duas luzes, como se fossem dois faróis, mas são os olhos da cobra grande.
Texto: Seus pés tocam rápido a terra escavada há milênios enquanto o pesadelo vivo o persegue implacavelmente.
Texto: Embora não o veja, o cabano sabe que ele está ali, aproximando-se rapidamente.
Q2 – O cabano atirando. Minha ideia é mostrar ele de frente, como se o leitor estivesse na frente dele.
Texto: Ele se vira e atira.
Q3 – O cabano correndo pelos túneis.
Texto: Ele sabe que o tiro não irá matar a criatura. Talvez ela nem mesmo possa ser morta. Talvez seja mais velha que o tempo. Mas talvez lhe dê alguns segundos preciosos.
Q4 – O cabano fugindo e, na frente dele uma luz, como se fosse uma saída do túnel para o ar livre.
Texto: Luz. Há uma saída. Ele apressa o passo, o ar queimando em seus pulmões, rezando para que ainda haja tempo. Ele pode ouvir o arrastar demoníaco da serpente cada vez mais próximo.
O rafe
O rafe é um esboço do desenho. Serve como guia para a produção da história. Nesse caso, o rafe foi enviado para mim e eu e o desenhista discutimos mudanças.
A página finalizada
Aqui temos a página já com arte-final. Observe que o rafe foi seguido, exceto no terceiro quadro. A ideia de fazer a cobra se enrolando no quadro e vermos o Cabano através dela deu mais dinamismo e grandiosidade para a cena.