Já tem capítulo novo no blog dos Exploradores do Desconhecido. Para conferir, clique aqui.
Para quem não conhece, Exploradores do Desconhecido é uma webcomics com roteiro meu e desenhos de Jean Okada considerada uma das mais importantes histórias em quadrinhos de ficção científica do Brasil.
Segundo o site Contraversão, "A webcomic tem aquele cheirinho de nostalgia das antigas tiras de “Flash Gordon“ e dos episódios de “Jornada nas Estrelas“ que todo fã de sci-fi adora".
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
A Jornada do Herói: os 12 passos de Campbell
Olá, leitor
assíduo desta coluna (já posso te chamar de assíduo? rs). Está pronto para
conhecer um pouco mais sobre a escrita de ficção fantástica, onde, não raro,
temos um protagonista que passa por diversos obstáculos?
Como
prometido na semana passada, o assunto de hoje será:
– A Jornada
do Herói: os 12 passos de Campbell.
A Jornada do Herói". Você já
conhecia essa expressão? É nada mais nada menos do que uma convenção, um
paradigma literário identificado em diversas narrativas e que, diga-se de
passagem, tem funcionado muito bem na ficção fantástica, pois auxilia muitos
escritores na construção de uma trama emocionalmente, envolvente e verossímil.
O conflito e o desafio do heroi
O motor de qualquer história em quadrinhos é o conflito. Os conflitos
são as dificuldades encontradas pelo personagem principal para conseguir
seus objetivos. Sem conflito, a história vira uma chatice só.
Imagine a seguinte situação: um grupo de jovens vai fazer um passeio pelo shopping. Saem de casa, divertem-se, voltam para casa em segurança. Pode ser um final feliz, mas não é uma boa trama. O que era para ser uma aventura virou um simples passeio pela ausência de conflito.
O ideal é que o desafio seja tão grande que o leitor acredite piamente que o protagonista não irá conseguir superá-lo. Exemplo disso é a história de Davi e Golias. Quem poderia imaginar que o franzino Davi poderia vencer o gigante Golias? Mas o heroi consegue superar o desafio por maior que ele seja, graças à sua inteligência ou força de vontade.
O desafio costuma ser tão difícil, tão assustador, que, na jornada do herói (esquema criado por Joseph Campbell no livro O heroi de mil faces), o terceiro passo costuma ser a recusa ao chamado. O herói hesita, diante do desafio gigantesco. Ou amigos e familiares tentam convencê-lo a desistir. Por essa razão, quase sempre o protagonista entra na história contra a vontade. Peter Parker, a princípio, pensa em usar seus poderes para ganhar dinheiro. Luke é forçado a entrar na jornada contra o império. Tony Stark só se torna o Homem de Ferro para salvar sua vida.
Quanto maior o desafio, quanto maior a dificuldade encontrada pelo protagonista, maior será o seu triunfo no final, e, portanto, maior a catarse, pois o triunfo do heroi é também o triunfo do leitor.
Exemplo perfeito disso é a história do Homem-aranha publicada na revista Spiderman 33, a obra-prima da dupla Stan Lee e Steve Ditko. Nela, tia May está no hospital e o heroi precisa levar um preparado químico que irá salvá-la. Mas ele acaba preso no meio de um monte de escombros e ferragens.
Em uma sequência fenomenal de três páginas, o aracnídeo tenta se livrar das ferragens. Ele tenta, desiste, tenta de novo. Os escombros são muitos e o desafio parece estar muito além de suas forças. Mas no final, motivado pela necessidade de salvar a tia, ele triunfa. O texto diz algo como "Qualquer um pode vencer um desafio menor. O valor está em superar grandes provocações".
Ou seja: uma aula de roteiro.
Imagine a seguinte situação: um grupo de jovens vai fazer um passeio pelo shopping. Saem de casa, divertem-se, voltam para casa em segurança. Pode ser um final feliz, mas não é uma boa trama. O que era para ser uma aventura virou um simples passeio pela ausência de conflito.
O ideal é que o desafio seja tão grande que o leitor acredite piamente que o protagonista não irá conseguir superá-lo. Exemplo disso é a história de Davi e Golias. Quem poderia imaginar que o franzino Davi poderia vencer o gigante Golias? Mas o heroi consegue superar o desafio por maior que ele seja, graças à sua inteligência ou força de vontade.
O desafio costuma ser tão difícil, tão assustador, que, na jornada do herói (esquema criado por Joseph Campbell no livro O heroi de mil faces), o terceiro passo costuma ser a recusa ao chamado. O herói hesita, diante do desafio gigantesco. Ou amigos e familiares tentam convencê-lo a desistir. Por essa razão, quase sempre o protagonista entra na história contra a vontade. Peter Parker, a princípio, pensa em usar seus poderes para ganhar dinheiro. Luke é forçado a entrar na jornada contra o império. Tony Stark só se torna o Homem de Ferro para salvar sua vida.
Quanto maior o desafio, quanto maior a dificuldade encontrada pelo protagonista, maior será o seu triunfo no final, e, portanto, maior a catarse, pois o triunfo do heroi é também o triunfo do leitor.
Exemplo perfeito disso é a história do Homem-aranha publicada na revista Spiderman 33, a obra-prima da dupla Stan Lee e Steve Ditko. Nela, tia May está no hospital e o heroi precisa levar um preparado químico que irá salvá-la. Mas ele acaba preso no meio de um monte de escombros e ferragens.
Em uma sequência fenomenal de três páginas, o aracnídeo tenta se livrar das ferragens. Ele tenta, desiste, tenta de novo. Os escombros são muitos e o desafio parece estar muito além de suas forças. Mas no final, motivado pela necessidade de salvar a tia, ele triunfa. O texto diz algo como "Qualquer um pode vencer um desafio menor. O valor está em superar grandes provocações".
Ou seja: uma aula de roteiro.
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