quarta-feira, 26 de maio de 2010
Ciência e quadrinhos na IV Semana Universitária da UEAP
Hoje, às 10 horas, estarei no CAFÉ COM CIÊNCIAS, evento da IV Semana Universitária da UEAP, falando sobre ciência e quadrinhos. O local será o hall de entrada do Campus I.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Escrevendo sátiras para a MAD
Quando fui convidado pelo Raphael Fernandes para a escrever uma sátira do BBB 9, o que seria minha estreia na MAD, confesso que tremi na base. A MAD tem um tipo muito característíco de humor. Anarquico, claro, mas que também obedece algumas regrinhas simples, que ajudam a cosia a ficar mais engraçada. Na época, fui para minha coleção e reli dezenas de sátiras tentando compreender o estilo. De lá para cá, já escrevi vários textos para a publicação. Não posso dizer que já sou um roteirista especialista em MAD, mas acho que posso compartilhar algumas das coisas que aprendi escrevendo e, principalmente lendo a MAD:
1) Geralmente as sátiras iniciam com um painel grande, de apresentação. Pode ser apenas um quadro grande, uma página inteira, ou uma página dupla, como foi a minha sátira do BBB. A função dessa página é mostrar quem são os personagens e contar rapidamente a história que está sendo satirizada, o que abre caminho para que mesmo quem não conheça a obra original possa dar algumas gargalhadas. Nesse painel é muito aconselhado fazer piadas visuais de fundo, como os BBBs dentro de uma bolha com uma placa: não dê comida aos animais.
2) Cada quadro deve conter uma piada. Como geralmente as sátiras ocupam poucas páginas, a maioria dos roteiristas não desperdiça quadro: todos precisam ter algo engraçado.
3) Diálogo bate-volta. Uma técnica muito usada pelos roteiristas é colocar um diálogo em três ou quatro momentos. Normalmente há uma piada no meio, mas o mais engraçado fica para o final. Eu usei esse recurso na minha sátira do filme Crepúsculo (que foi renomeada Prepúcio):
4) Duplo sentido. Esses diálogos bate-volta geralmente brincam muito com o duplo sentido. O verdadeiro sentido a primeira fala do personagem só é revelada na tréplica dele. Mais uma vez, uma sequência da sátira do Crepúsculo:
5) Non-sense. A graça do diálogo muitas vezes está em não fazer sentido, como na sátira de O Iluminado, escrita por Larry Siegel e desenhada por Angelo Torres (publicado no Brasil na MAD especial 3, Panini). Jeca Porrance está dirigindo na direção ao hotel quando o filho começa a falar com o dedo:
Jeca: Doenty, tô um pouco preocupado com esse garoto! Ele sempre teve essas conversas idiotas com o dedo indicador?
Doenty: Nem sempre! Só desde ontem, quando ele brigou com o mindinho!
Jeca: Ufa! Jà tava ficando preocupado!
1) Geralmente as sátiras iniciam com um painel grande, de apresentação. Pode ser apenas um quadro grande, uma página inteira, ou uma página dupla, como foi a minha sátira do BBB. A função dessa página é mostrar quem são os personagens e contar rapidamente a história que está sendo satirizada, o que abre caminho para que mesmo quem não conheça a obra original possa dar algumas gargalhadas. Nesse painel é muito aconselhado fazer piadas visuais de fundo, como os BBBs dentro de uma bolha com uma placa: não dê comida aos animais.
2) Cada quadro deve conter uma piada. Como geralmente as sátiras ocupam poucas páginas, a maioria dos roteiristas não desperdiça quadro: todos precisam ter algo engraçado.
3) Diálogo bate-volta. Uma técnica muito usada pelos roteiristas é colocar um diálogo em três ou quatro momentos. Normalmente há uma piada no meio, mas o mais engraçado fica para o final. Eu usei esse recurso na minha sátira do filme Crepúsculo (que foi renomeada Prepúcio):
Q2 – Mella está apresentando Fedward ao seu pai. Chále Swando está com um rifle nas mãos, granadas pelo corpo. Em suma, ele está preparado para ir à guerra.
Mella: Pai, vou sair hoje com Fédward.
Chále: Ótimo. Mas afaste-se dele quando eu começar a atirar...
Mella: Pai, o senhor disse que ia ser simpático!
Chále: E estou sendo... uso o rifle ou a bazuca?
Fédward e Mella estão na cena do quarto, do quase sexo. Penso que ele está se aproximando dela e ela está lá, esperando um beijo. Ele usa uma camisa com os dizeres EU RESISTO e ela com a camisa EU DESISTO.
Fédward: Tenho muita vontade de fazer uma coisa com você... mas preciso resistir!
Mella: Você está pensando em... sexo?
Fédward: Quem falou em sexo? Eu estava pensando em fazer compras no shoping!
5) Non-sense. A graça do diálogo muitas vezes está em não fazer sentido, como na sátira de O Iluminado, escrita por Larry Siegel e desenhada por Angelo Torres (publicado no Brasil na MAD especial 3, Panini). Jeca Porrance está dirigindo na direção ao hotel quando o filho começa a falar com o dedo:
Jeca: Doenty, tô um pouco preocupado com esse garoto! Ele sempre teve essas conversas idiotas com o dedo indicador?
Doenty: Nem sempre! Só desde ontem, quando ele brigou com o mindinho!
Jeca: Ufa! Jà tava ficando preocupado!
Força tarefa e a estrutura Rashomon
O episódio de ontem (Jogo de roleta) do seriado policial Força Tarefa usou uma curiosa estrutura de roteiro, pouco vista na televisão brasileira. Inaugurada pelo filme Rashomon, de Akira Kurossawa, essa estrutura narrativa consiste em mostrar a mesma história de diversos pontos de vista. Essa estrutura já foi usada, por exemplo, em uma revista do Monstro do Pântano escrita pelo Alan Moore.
Em Jogo de roleta, os agentes da Corregedoria vão investigar uma suposta morte de um policial ocorrida em um jogo de roleta russa. Conforme os depoimentos são dados, a história da roleta cai por terra e os outros policiais passam a ser os suspeitos. Tentar descobrir quem é o assassino no meio da complicada rede de mentiras torna-se um desafio interessante.
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